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CPI da Petrobras aprova relatório que isenta Dilma, Lula e Foster

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras aprovou na madrugada desta quinta-feira (22) o relatório final apresentado pelo deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), por 17 votos a 9, com uma abstenção. O relatório isenta de responsabilidade o ex-presidente Lula, a presidente Dilma Rousseff e os ex-presidentes da estatal José Sérgio Gabrielli e Graça Foster.

A comissão, porém, ainda vai apreciar destaques que podem retirar trechos do texto ou acrescentar outros contidos nos pedidos apresentados pelos deputados Altineu Côrtes (PR-RJ), Bruno Covas (PSDB-SP), Andre Moura (PSC-SE) e Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).

O relatório também não faz menção a políticos investigados por suspeita de envolvimento em recebimento de propina e não pede indiciamentos.

Deputados do PMDB, PSDB, Psol, PPS, PHS e PSD criticaram o relatório de Luiz Sérgio. Como o relatório foi aprovado, os votos em separado apresentados pelos deputados Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Carlos Marun (PMDB-MS) e Ivan Valente (Psol-SP) foram rejeitados e serão considerados apenas votos individuais de seus autores.

Ivan Valente queria o indiciamento de políticos denunciados pelo Ministério Público por irregularidades na Petrobras, como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o deputado Arthur Lira (PP-AL) e os senadores Benedito de Lira e Fernando Collor. Todos negam ter recebido dinheiro desviado da Petrobras.

Antonio Imbassahy queria responsabilizar o ex-presidente Lula, a presidente Dilma Rousseff (ex-presidente do Conselho Administrativo da estatal) e os ex-presidentes da Petrobras José Sérgio Gabrielli e Graça Foster.

Já Carlos Marun queria que o relatório deixasse explícito que houve corrupção institucionalizada na Petrobras.

O relatorio final da CPI da Petrobras foi apresentado na noite de segunda-feira (19).  O relatório inclui a sugestão de indiciamento de ao menos 70 pessoas, sem incluir políticos. Estão na lista de pedido de indiciados os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Renato Duque, além dos ex-gerentes Pedro Barusco e Venina Velosa.

A leitura do texto foi marcada por bate-boca, que interrompeu a leitura do texto.

“Registro que, nos depoimentos da Operação Lava Jato, não há menção sobre o envolvimento dos ex-presidentes da Petrobras José Sérgio Gabrielli e Graça Foster ou de ex-conselheiros da estatal, como a presidente Dilma Rousseff. Também não há nos autos desta CPI qualquer evidência neste sentido ou ainda em relação ao ex-presidente Lula ou à presidente Dilma”, justificou Sérgio em seu relatório.

‘Petrobras vítima de cartel’
Segundo Luiz Sérgio, a principal conclusão do seu parecer é a constatação de que a Petrobras “foi vítima de um cartel de fornecedores com a cumplicidade de alguns maus funcionários”.

Ele ressaltou, em seu relatório, que o “clube de empreiteiras”, que combinavam a participação em concorrências da estatal, não surgiu nos governos petistas, mas “existia desde governos passados”, e disse que a “descoberta do pré-sal, já no governo Lula, estimulou a cobiça dessas empresas”.

G1