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PMDB está dividido em debate sobre campanha do impeachment de Dilma

A entrada do PMDB na campanha que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) já começou e divide opiniões no PMDB. Pelo menos 10 deputados federais peemedebistas teriam assinado a lista pela saída da presidente do governo. O senador Valdir Raupp, e os deputados Manoel Júnior e Hugo Motta não têm a mesma opinião sobre o tema. O movimento suprapartidário é organizado pela oposição com o PSDB, PPS, DEM e Solidariedade. 

A campanha, que lançou nessa quinta-feira (10) um site, em que qualquer pessoa favorável à saída da petista, pode assinar uma petição virtual, é vista como “natural” pelo vice-presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp. A declaração foi dada em entrevista ao programa Correio Debate, da Rádio Correio Sat.

“É natural com a situação que está o país hoje, com a baixa popularidade da presidente, que esses movimentos comecem a acontecer, mas nós temos um vice-presidente bastante equilibrado. O vice-presidente Michel Temer tem se comportado com muita identidade, com muita firmeza”, disse Raupp.

O senador admitiu a existência da divisão do PMDB dentro da Câmara Federal com deputados contra o governo federal. Segundo ele, a dissidência no partido é real desde a primeira eleição de Dilma e se tornou evidente na campanha eleitoral do ano passado, em que peemedebistas foram contra a continuidade da aliança com o PT. 

“A bancada do PMDB na Câmara sempre foi muito dividida. Já há algum tempo, desde o primeiro mandato da presidente Dilma e do vice-presidente Michel que a bancada do PMDB na Câmara tem se posicionado um tanto independente, um tanto dividida. Já houve muita dissidência na campanha. Na convenção nacional para escolher o Michel como o vice-presidente na chapa na reeleição já foi bastante dividida”, contou.

De acordo com o deputado paraibano Manoel Júnior, vice-líder do PMDB na Câmara, pelo menos 10 deputados já assinaram a lista que pede o impeachment da presidente. 
O parlamentar afirmou que acompanha a decisão da bancada do PMDB e não assinou a lista, mas não descartou que o bloco possa mudar de posição. “Por enquanto não assinei. Como vice-líder do PMDB na Câmara, eu acompanho a decisão da minha bancada, que é contra o impeachment”, declarou. 

Para ele, o movimento da oposição que ganha apoio de parte da sociedade se deve a falta de confiança no governo federal. “A situação do país é extremamente delicada. O grande problema é a falta de confiança no governo e isso é muito grave”, disse.

A oposição para abertura do movimento se baseou em um pedido de abertura de processo de impeachment apresentado pelo jurista e um dos fundadores do PT, Hélio Bicudo, e elencam como motivações “as pedaladas nas contas públicas, o abuso do poder econômico, dinheiro ilícito na campanha e crise de governabilidade”.

Os parlamentares também citam a pesquisa Datafolha, divulgada em agosto, que aponta que mais de 60% dos brasileiros defendem a saída de Dilma.

O deputado federal Hugo Motta é contra o movimento e a saída da presidente. “Sou a favor da democracia. A presidente foi eleita pela maioria e o que entendo é que o Brasil precisa de união da classe política. O que esta em jogo são milhões de brasileiros que dependem de decisões de governo para que o Brasil retome o crescimento econômico.

Apesar de defender a presidente, ele afirmou que o PT errou. “Algumas decisões foram tomadas erradas e sem consulta aos partidos. Errou por escolhas que fez no momento pré eleitoral do ano passado e ajudou a levar o pais na condição difícil em que estamos”. 

Motta falou que o PMDB deve colaborar com a aliança firmada com o governo federal. “Ela teve mais de 50% dos votos validos. O PMDB foi parte dessa aliança e devemos ajudar”.

O deputado não concorda com o aumento de impostos como medida para ajudar na arrecadação do governo federal. ” [O PT] tem que cortar ministérios e cargos comissionados antes de aumentar impostos. Tem que cortar na própria carne. Não adianta aumentar a arrecadação se o governo continuar gastando errado”.