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O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima diz: “É crime de responsabilidade na veia”, afirma o senador

Brasília – O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), ocupou a tribuna nesta terça-feira (13) para denunciar a tentativa do governo do PT de intimidar e desqualificar os opositores e a sociedade brasileira. Para ele, a presidente da República, Dilma Rousseff, já não governa mais há muito tempo, porque o atual governo só tem como único objetivo manter-se no poder a qualquer custo.

“Esse é um governo que não governa mais porque o PT só tem uma meta e um único objetivo: manter-se no poder a todo preço e a todo custo depois de ter aparelhado o Estado brasileiro. Não haverá processo de intimidação, e, se for preciso lutar nas ruas, eu vou para a rua lutar pelo Brasil. E não serei o único, porque chega, basta de tanta irresponsabilidade com este país! O curioso é que o governo faz provocações, insulta, tenta desqualificar a sociedade brasileira e as próprias oposições e, depois, de forma cândida, convida para o diálogo. Que diálogo?”, questionou.

Tentativa de golpe

Cássio disse que a oposição não tem DNA golpista, reafirmou o respeito à Constituição brasileira (e lembrou que o Partido dos Trabalhadores se recusou a assinar a Carta Magna em 1988) e repetiu que todos, indistintamente, devem ser investigados e punidos de acordo com seus crimes.

“Eles falam insistentemente em tentativa de golpe, mas, na verdade, o golpe foi aplicado nas eleições brasileiras de 2014 com a mentira deliberada que foi praticada pelo governo e pela própria presidente Dilma que, de forma proposital, de maneira pensada, refletida, escondeu a verdadeira realidade do país. O governo do PT quebrou o Brasil para ganhar a eleição a todo custo. A Constituição prevê, em seu artigo 85, o afastamento do presidente da República que cometer crime de responsabilidade. A Lei nº 1.079, de 1950, estabelece o rito do afastamento do presidente da República que comete r crime de responsabilidade. Dilma desrespeitou essa lei não apenas com as pedaladas fiscais, mas, também, com suplementações orçamentárias que foram realizadas, por decreto presidencial, sem a devida autorização do Congresso. É crime de responsabilidade na veia”, afirmou.

Benefício da dúvida

Ao comentar a questão da chamada “pedalada fiscal”, que são manobras para aliviar, momentaneamente, as contas públicas, Cássio afirmou que Dilma Rousseff tem o “benefício da dúvida”, mas alertou que cabe à Câmara dos Deputados analisar se houve crime de responsabilidade relativo às irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

“O governo alega que não houve crime de responsabilidade, mas vem o TCU, que é um órgão técnico, em um relatório de mais de 1500 páginas, e atesta essa ilegalidade. Cabe, portanto, à Câmara dos Deputados, sem nenhum sobressalto, analisar, sim, se houve ou não o crime de responsabilidade praticado pela presidente Dilma Rousseff e pelo seu governo. Se, em 80 anos, o Tribunal de Contas da União não rejeitou uma única conta presidencial, e o fez agora, é porque a situação não permitia outra decisão”.

Lei é para todos

“O que o Tribunal de Contas disse aos brasileiros é que neste país a lei é para ser cumprida por todos. Em especial por aqueles que deveriam dar o exemplo”. Estas foram as palavras do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), em aparte ao discurso do líder Cássio.

 Para Aécio, o TCU nada mais fez do que analisar tecnicamente as constas da presidente da República.

 “Será que todos os nove ministros daquela Corte têm uma coloração partidária, uma tendência política, e ousariam rejeitar as contas se não houvesse ali, de forma clara, a burla à Lei de Responsabilidade Fiscal? Ao desrespeitar o Tribunal de Contas como tentou fazer o governo, ao atacar o Congresso Nacional como vem fazendo, na verdade, aqueles que já mergulharam o Brasil, talvez na mais grave crise econômica da nossa história contemporânea, aliado a uma crise moral sem precedentes, querem ao final aniquilar as nossas instituições. Mas felizmente, e é isso que é o ponto positivo que deve aqui ser saudado, elas têm funcionado com autonomia e com equilíbrio. Me refiro ao Ministério Público, me refiro à Polícia Federal, e em especial também nesse instante, ao Tribunal Eleitoral, que ali faz a sua parte: cumpre o seu dever, de julgar. E obviamente será dado sim o direito de ampla defesa à presidente da República, se houve, na campanha eleitoral, financiamento com dinheiro da corrupção na Petrobras. Mas esse samba de uma nota só, cantado e recitado pela base do governo em relação aos golpistas, porque todos aqueles que rejeitam o atual governo são caracterizados em uma só construção de golpistas, na verdade não atinge a nós da oposição. Atinge a grande maioria da população brasileira”, afirmou.

Impeachment

Ao comentar sobre o impeachment da presidente Dilma, Aécio usou uma frase do ex-governador Ronaldo Cunha Lima (pai de Cássio), que ficou marcada na história do Brasil:

“Disse lá atrás o senador Ronaldo Cunha Lima ao referir-se ao governo militar, e transfiro para este governo: ‘Esse governo não irá cair, porque não é uma estrutura. Ele será limpo com benzina, porque é uma mancha”. Estamos fazendo e vamos continuar a fazer aquilo que devemos fazer: defender a democracia, atacada e vilipendiada por aqueles que se apoderaram da estrutura do Estado Nacional para a qualquer custo se manterem no poder.

“O governo não governa”

Ao finalizar o seu discurso, o líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima, pediu que constasse, dos Anais da Casa, o artigo do historiador Marco Antonio Villa, publicado no jornal O Globo, nesta terça-feira (13), intitulado “O governo não governa”.

 

Assessoria do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)