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Juiz diz que não vai decretar prisão de policial suspeito de assassinar adolescentes em CZ

juiz das execuções penais de Cajazeiras, Djacir Soares Alves, declarou nesta segunda-feira (14), que não vai decretar a prisão preventiva do cabo da Polícia Militar, Valderi, que é um dos suspeitos de assassinar os adolescentes José Antônio dos Santos Filho, de 14 anos, Cícero Roberto Silva, de 17 anos e Demétrio Cavalcanti Silva, de 17 anos.

O crime ocorreu no dia 09 de maio de 2004, no “Dia das Mães”. Nessa quinta-feira (09), em audiência, o advogado das vítimas, Noaldo Meireles, declarou que vai requerer a prisão preventiva de Valderi, mas o juiz já se antecipou e disse que vai negar o pedido do advogado.

Segundo Djacir, a prisão de apenas um suspeito não vai solucionar o caso, pois existem outras pessoas envolvidas nesse assassinato. “Não concordo que o pedido seja apenas de um, pois existem mais pessoas indiciadas”

O juiz disse também, que só vai decretar a prisão se o pedido da acusação for feito para todas as pessoas citadas no processo como autores ou co-autores do crime. Ele disse ainda, que as audiências realizadas até agora não serviram de nada, porque continua a denúncia da promotoria contra o cabo da polícia, quando há outras pessoas acusadas na autoria da chacina.

Entenda o caso
O advogado, Noaldo Meireles, que atua na acusação do caso da chacina de três adolescentes em Cajazeiras no ano de 2004 disse em entrevista nesta quinta-feira (10) que, vai requerer o pedido de prisão preventiva do cabo da Polícia Militar Valderi, que é um dos suspeitos do caso.

Segundo Noaldo, o cabo Valderi anda assediando os familiares das vítimas e tentando intimidar as pessoas que fazem parte do comitê escalado na cidade de Cajazeiras para acompanhar o caso.

O advogado disse ainda que, o envolvimento do cabo Valderi e do cabo Coelho neste caso ficou muito claro depois de três depoimentos realizados nesta quinta-feira, onde foi afirmado que, na madrugada da chacina os adolescentes foram vistos no carro do cabo Valderi, juntamente com o cabo Coelho e outra pessoa não identificada. “Falta apenas descobrir o nome do terceiro envolvido”, disse Noaldo.

Outro lado
Por outro lado, o advogado de defesa do cabo Valderi, Paulo Sabino disse que não há nenhuma prova cabal que possa incriminar seu cliente na chacina dos adolescentes. Ele disse ainda que, o processo merece uma apuração mais organizada.

Sabino negou que o cabo esteja assediando familiares da vítima e disse que não existe possibilidade de seu cliente ser preso. “Valderi tem feito sua parte, ele é uma pessoa amiga. Vamos deixar a justiça trabalhar para desvendar esse crime tão absurdo”, disse.
Ministério Público

O promotor de justiça, Aristóteles Santana disse que o caso da chacina é complexo e afirmou que é preciso ter muita segurança na atitude que será tomada pelo Ministério Público. “Os fatos estão sendo esclarecidos, as provas apuradas, logo o fato estará totalmente esclarecido”, disse.

De acordo com o promotor, a intenção do Ministério Público é não cometer nenhuma injustiça, mas apenas, esclarecer a verdade dos fatos.

Uma próxima audiência está marcada para o dia 5 de julho, onde serão ouvidas testemunhas do Ministério Público e de defesa.

DIARIO DO SERTÃO