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Relatório final da CPMI do Cachoeira é derrotado

Com voto de Cássio, relatório de Odair Cunha é derrotado e Ministério Público e Polícia Federal devem investigar Delta e Cavendish

Acabou nesta terça-feira (18) a CPI do Cachoeira. Na última reunião, realizada pela manhã, o senador Cássio Cunha Lima ajudou a derrubar o relatório final preparado pelo deputado petista Odair Cunha (MG), que, além de blindar e proteger o governo federal, ainda perseguia indevidamente lideranças do PSDB. Por 18 votos a 16, o relatório de Odair foi derrotado pelos deputados e senadores da comissão. E essa pode ser considerada uma vitória num embate onde não houve vencedores.

No lugar do texto de Odair Cunha, o documento oficial produzido pela CPI fica sendo as duas páginas do voto em separado do deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF), aprovado já no fim da reunião por 21 votos a 7. A alternativa de Pitiman não propõe a responsabilização de ninguém, mas determina o compartilhamento de todo o material em posse da CPI com o Ministério Público e com a Polícia Federal.

Cássio explicou que votava contra o relatório do petista Odair Cunha “não só pelo que constava dele, mas sobretudo pelo que não constava dele”. Isto porque, segundo a assessoria técnica tucana, foram encontradas 18 empresas fantasmas alimentadas por R$ 421 milhões de recursos de origem ilícita da Delta, mas foram quebrados os sigilos de apenas seis dessas empresas, o que impossibilitou que os membros da CPI pudessem investigar o destino de R$ 312 milhões que irrigaram o esquema Delta/Cachoeira. Outras 42 empresas identificadas pelo Coaf como pertencentes ao esquema, e que movimentaram outros R$ 358 milhões, também sequer tiveram suas contas analisadas pela comissão.

ACERTO – Apesar da evidente frustração, o senador Cássio Cunha Lima destacou que “pelo menos essa CPI acerta no envio integral do conteúdo das investigações ao Ministério Público Federal”. Disse ele: “É preciso que se destaque o acerto na decisão de compartilhar com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal os dados e sigilos telefônicos, fiscais e bancários obtidos pela CPI, elementos que esses órgãos ainda não possuíam. Acompanho as razões expostas pelo meu Líder Álvaro Dias na decisão de rejeitar o relatório do deputado Odair Cunha, que além de todos seus erros, ainda teve a clara, nítida e absurda intenção de atingir politicamente o governador de Goiás, Marcone Perillo, que sequer podia ser indiciado por esta comissão”, afirmou Cássio.

MINISTÉRIO PÚBLICO – Ao final da reunião, os senadores do PSDB votaram a favor do relatório em separado apresentado pelo deputado Luiz Pittman (PMDB-DF). Os senadores Álvaro Dias e Cássio Cunha Lima elogiaram o entendimento firmado na comissão de que todos os dados dos outros votos em separado apresentados, inclusive os que foram frutos do trabalho da assessoria técnica tucana, serão remetidos e compartilhados com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal.

O voto em separado do PSDB, além de destacar a investigação sobre as empresas fantasmas que movimentaram dinheiro de forma irregular, pede uma investigação mais completa sobre o envolvimento do empresário Fernando Cavendish e da empreiteira dele, a Delta Construções, no esquema comandado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira. Esse esquema envolveria desvio de dinheiro público, fraude em licitações e financiamento de campanhas políticas.

Via Twitter, Cássio informou que, “na prática ficou decidido que todo material coletado será encaminhado ao MPF”. Disse ainda que “o relatório foi derrotado pela clara intenção de atingir uns e proteger outros. Agora tudo que foi apurado, tudo, segue para o MPF e PGR”. Por fim, assinalou: “O mais relevante é que todos os sigilos bancários das empresas fantasmas ligadas a Delta, que movimentaram milhões, seguirão para o MPF.”

PARA ENTENDER:

Depois de quase oito meses de trabalho, a CPI do Cachoeira encerra suas atividades sem apontar responsáveis pelo envolvimento no esquema de corrupção comandado por Carlinhos Cachoeira. O relatório final do deputado Odair Cunha foi derrotado nesta terça-feira (18) por 18 votos a 16, com votos de parlamentares do PSDB, de parte do PMDB e de outros partidos menores.

No lugar do texto de Odair Cunha, o documento oficial produzido pela CPI fica sendo as duas páginas do voto em separado do deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF), aprovado já no fim da reunião por 21 votos a 7. A alternativa de Pitiman não propõe a responsabilização de ninguém, mas determina o compartilhamento de todo o material em posse da CPI com o Ministério Público e com a Polícia Federal.

 

-Asssessoria de Comunicação do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)