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Piso dos Enfermeiros: Barroso Vence o Congresso Nacional no STF – Por Gildo Araújo

Parece algo surreal o que vem acontecendo com o nosso País ultimamente. Parafraseando a enigmática fala do inesquecível Cazuza: “Que País é esse?” Ora, qual o sentido do povo brasileiro de sair de suas casas para sufragar o seu voto a um determinado político, se as decisões tomadas pelo Congresso Nacional não têm validade?

E assim, trazendo tudo isso à baila, no caso específico do Piso Nacional da Enfermagem, tem-se a dizer que vários profissionais da enfermagem participaram de inúmeras mobilizações junto aos parlamentares em suas respectivas regiões e Estados, e até chegaram a debater em várias comissões da Câmara Federal e Senado da República. E assim, o Piso Nacional da Enfermagem foi votado e aprovado pelas duas Casas Legislativas, ou seja, foi aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo Presidente da República, trazendo uma alegria jamais vista em semblante de quem lutou tanto para salvar vidas do cidadão e da cidadã brasileira, sobretudo durante a pandemia.

Mas, para a frustração de todos, de repente, quando os profissionais da enfermagem, no caso, enfermeiros, técnicos e auxiliar técnicos, iam receber suas remunerações, eis que surge de forma surpreendente uma suspensão de pagamento de forma monocrática por parte do Ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF), o que causou uma grande tristeza e angústia em toda classe de enfermagem, provocando desânimo e revolta, já que há anos que a classe lutava para ter um salário digno.

E o pior ainda estava para acontecer, a nossa Suprema Corte confirmou a suspensão do pagamento por 60 dias, por 7 votos a favor e 4 contrários.

Aproveitando o momento de eleições em que estamos vivendo, talvez caiba uma pergunta: Será que essa celeuma criada pelo nosso STF não pode inibir o eleitor de ir às urnas? Talvez fosse até necessária uma justificativa do próprio STF à população brasileira sobre o caso que já é de grande repercussão nacional, pois a ideia que está sendo entendida é a de que o STF apenas está protegendo as grandes empresas privadas da área de saúde.

A verdade é que o não cumprimento da lei aprovada pelo Congresso Nacional gera na população uma revolta incomensurável, pois a partir de agora pode não acreditar mais nas futuras aprovações por parte de nossos deputados estaduais, federais e senadores da República.