O ex-prefeito da cidade de Cajazeiras e ex-deputado federal, Francisco Matias Rolim, mais conhecido como Chico Rolim, receberá, in memoriam, a Medalha Epitácio Pessoa, a mais alta comenda da Assembleia Legislativa Paraibana. A homenagem a Chico Rolim foi aprovada em plenário, na sessão desta terça-feira (6), coincidentemente, mesma data em que ele completaria 100 anos de nascimento. A propositura, que não constava na pauta e foi incluída em regime de urgência urgentíssima e aprovada por unanimidade, foi do deputado Jeová Campos (PT).
O Projeto de Resolução 471/2022, em seu Parágrafo Único, destaca que a referida comenda será entregue em Sessão Solene, em dia e horário a serem definidos, e pertencerá ao acervo do Memorial Francisca Matias Rolim (Chico Rolim) na cidade de Cajazeiras. “Pela ações que praticou, pelo homem público que foi, e por tantas contribuições a Cajazeiras e a Paraíba, por justiça e mérito, como fruto de reconhecimento pelo incansável trabalho e, especialmente, pelas ousadas e vitoriosas lutas em favor do desenvolvimento da Paraíba, não tenho dúvidas de que o homenageado, se habilita ao recebimento da Medalha Epitácio Pessoa”, afirma o deputado Jeová Campos.
Sobre o homenageado
Chico Rolim, que nasceu em 06 de dezembro de 1922, no Sítio Melão, então município de Umari (CE), e faleceu em 16 de dezembro de 2020, era filho de Matias Duarte Passos e de Angelina Duarte Rolim. Em 1932, junto com a família, transferiu-se para Cajazeiras (PB). Ingressou na política em 1950, filiando-se ao Partido Social Democrático (PSD), em cuja legenda foi eleito vereador pelo Município de Cajazeiras, em outubro de 1958. Em 1960 tornou-se presidente da Câmara Municipal, cargo que ocupou até o final da legislatura. Em outubro de 1962 reelegeu-se vereador na mesma legenda. Iniciou novo mandato em janeiro de 1963 e nesse mesmo ano desligou-se do PSD, filiando-se à União Democrática Nacional (UDN), em cuja legenda elegeu-se prefeito de Cajazeiras em 11 de agosto seguinte. Assumiu a prefeitura no dia 30 de novembro, em substituição a Otacílio Jurema. Como prefeito melhorou os serviços de telefonia e construiu escolas. Convencido pelas lideranças políticas locais e, principalmente, pela interferência do governador Ivan Bichara (1975-1978), voltou a disputar a prefeitura de Cajazeiras, elegendo-se, em novembro de 1976, na legenda da Arena. Em 1986, desligando-se do PDS e filiando-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), concorreu a uma cadeira de deputado federal constituinte pela Paraíba, obtendo, contudo, apenas uma suplência.
Em 1988, o deputado federal Cássio Cunha Lima, que em novembro se elegera prefeito de Campina Grande (PB), renunciou ao mandato, e Francisco Rolim assumiu sua vaga na Câmara, no dia 3 de janeiro de 1989. Na vida pública desenvolveu suas gestões dignas de respeito e admiração de todos os cajazeirenses. Francisco Matias Rolim foi casado com a Sra. Teresa Augusta Rolim, com quem teve três filhos, Anacleide, Claudiomar e Anacélia. Após ficar viúvo, voltou a casar com Raimunda Valdeíza e também enviuvar. O centenário do ex-prefeito Chico Rolim será celebrado na cidade de Cajazeiras com a instalação do “Memorial Francisco Matias Rolim”, no Casarão da Rua Epifânio Sobreira.
Podemos destacar ainda a importância do homenageado Chico Rolim no que se refere ao desenvolvimento educacional da cidade de Cajazeiras – conhecida como a terra do Padre Rolim -, uma vez que foi ele um forte batalhador para a construção da sede do Campus V da Universidade Federal da Paraíba, hoje Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na zona norte da cidade, inclusive a doação do terreno foi feita pelo mesmo, enquanto cidadão. A história de Francisco Matias Rolim foi contada ao ilustre escritor Sebastião Moreira Duarte, que resultou na bela obra “Do Miolo do Sertão” publicada em sua 3a edição pela Editora Sotaque Norte, e merece ser lida por todos os paraibanos.