Declaração foi dada nesta quarta-feira (16/11), durante discurso do presidente eleito na COP27. Ele também falou em fomentar diálogos com prefeitos e governadores das regiões que compõem a Amazônia Legal
Em seu primeiro discurso internacional como presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), projetou que a Amazônia brasileira receba a próxima Conferência do Clima (COP28), programada para ocorrer no ano de 2025. A declaração foi dada nesta quarta-feira (16/11), em Sharm el Sheikh, no Egito, durante a COP27. O evento é organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
“Vamos falar com o Secretário-Geral da ONU para que a COP de 2025 aconteça no Brasil, na Amazônia, ou no estado do Pará ou no Amazonas. Os dois estão aptos a sediar (a COP28)”, disse Lula, em discurso na COP27.
A razão para que o próximo evento do clima ocorra na Amazônia brasileira, segundo o presidente eleito, é fomentar que líderes mundiais conheçam a região presencialmente.
“Será muito importante que a próxima COP aconteça na Amazônia porque será a única forma de as pessoas conhecerem de perto a realidade concreta da região, não apenas a partir de leituras”, justificou Lula.
COP27
Ao subir no púlpito para discursar na COP27, Lula foi recebido com aplausos por centenas de representantes da sociedade civil. O representante brasileiro prometeu uma “luta muito forte” contra o desmatamento da Amazônia.
Durante o evento, Lula também afirmou que o seu retorno à Presidência, a partir de 1º de janeiro, vai sinalizar que “o Brasil está de volta ao mundo”, começando pela agenda climática.
“O Brasil não pode ficar isolado como esteve nos últimos quatro anos, com um governo que não fez nenhum esforço para conversar com o mundo”, afirmou.
Ele também falou em fomentar diálogos com prefeitos e governadores das regiões que compõem a Amazônia Legal – Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. “É o prefeito que conhece a terra e os problemas da região”, pontuou.
Indígenas
No discurso da COP27, Lula anunciou a criação de um Ministério dos Povos Originários para que os indígenas “não sejam tratados como bandidos”. E prometeu “conversar muito” com os povos indígenas para coordenar as políticas na Amazônia.
Durante o evento, o governador do estado do Pará, Helder Barbalho, leu uma carta conjunta dos governadores da bacia amazônica na qual pedem a Lula “maior celeridade na tramitação dos apoios internacionais”.
O tema dos apoios internacionais é um dos pontos centrais da participação de Lula na COP27, depois que Noruega e Alemanha, os principais contribuintes do Fundo Amazônia, anunciaram a intenção de desbloquear os fundos congelados desde 2019 devido à política de Bolsonaro.
Lula se reuniu na terça-feira à noite com o enviado do governo dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, que expressou o compromisso de Washington com a preservação da Amazônia e anunciou que trabalhará neste sentido com o próximo governo brasileiro e com Noruega e Alemanha.
*Com informações da AFP