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Entenda por que os terremotos na Turquia e Síria foram tão devastadores

Terremoto de magnitude 7,8 mata milhares de pessoas na Turquia e na Síria. O horário do tremor, ocorrido na madrugada, a alta densidade demográfica na região atingida e a falta de segurança das construções podem ajudar a explicar potencial destrutivo

Uma junção de fatores está por trás do alto grau de letalidade e destruição do terremoto de magnitude 7,8 que arrasou, ontem, o sudeste da Turquia e o norte da Síria, deixando milhares de mortos e feridos. Segundo especialistas, a localização do abalo sísmico, a hora em que ocorreu, os antecedentes e as medidas de segurança pouco rigorosas para as construções podem ajudar a explicar a tragédia.

O epicentro do abalo foi localizado no distrito de Pazarcik, na província turca de Kahramanmaras, distante 60km da fronteira com o território sírio, a uma profundidade de 17,9 quilômetros. O tremor mais forte registrado no país desde 1939 atingiu uma região densamente povoada durante a madrugada — exatamente às 4h17 locais (22h17 de domingo em Brasília), surpreendendo a população enquanto dormia.

A falha geológica onde ocorreu o tremor esteve relativamente calma nos últimos tempos. A região não sofria um terremoto de magnitude superior a 7 há mais de 200 anos. Provavelmente por esse motivo, as cidades atingidas não estivessem preparadas para um fenômeno do tipo, na avaliação feita por Roger Musson, investigador do Serviço Geológico britânico, à agência de notícias France Presse.

Pelos cálculos iniciais, mais de 2,8 mil prédios desmoronaram, majoritariamente nas cidades turcas de Adana, Gaziantep, Sanliurfa e Diayarbakir. Musson explica que grande parte das vítimas “ficou bloqueada quando suas casas desabaram”. “Os métodos de construção não eram realmente adequados para uma área propensa a grandes terremotos”, opinou o especialista, lembrando que a Turquia é uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo.

“Ouvimos vozes aqui e ali. Achamos que talvez 200 pessoas estejam entre os escombros”, disse uma equipe de resgate em Diyarbakir, de acordo com uma transmissão da NTV. “Sete membros da nossa família estão sob as ruínas”, disse Muhittin Orakci, enquanto acompanhava o trabalho das equipes de resgate na cidade.

SAIBA MAIS

Réplicas

Nove horas após o primeiro terremoto, um outro de magnitude 7,5 atingiu a região, quatro quilômetros a sudeste da cidade de Ekinozu, segundo o USGS. Também houve cerca de 50 tremores secundários, de acordo com Ancara. Os abalos foram sentidos em países próximos, como Líbano, Israel e Chipre.

A agência síria de notícias Sana divulgou imagens que mostravam destruições significativas em várias cidades, entre elas, Latakia, na costa oeste do país, onde edifícios inteiros desabaram. A mídia pró-governo informou que vários prédios desmoronaram parcialmente em Hama, no centro do país, onde bombeiros e equipes de resgate tentavam retirar um sobrevivente dos destroços.

O chefe do Centro Nacional de Monitoramento Sísmico da Síria, Raed Ahmed, disse à rádio oficial que este foi, “historicamente, o maior terremoto já registrado”. A Cidadela de Aleppo, onde está um dos mais antigos castelos medievais do mundo, e outros importantes sítios arqueológicos sofreram danos significativos.

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