O advogado de defesa de Bruno Fernandes, Rui Pimenta, afirmou que o ex-jogador confirmou a autoria da carta endereçada a Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, divulgada pela revista Veja no último sábado (7).
Pimenta afirmou que durante o encontro, realizado nesta segunda-feira (9), na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, onde Bruno está detido, o ex-jogador revelou também o que estaria escrito no final da carta. O trecho, que foi rasurado, se refere a uma suposta traição de Macarrão ao ex-goleiro e isso significaria o término da amizade.
O defensor disse ainda que os dois se relacionavam de forma homossexual, onde Bruno seria o “ativo” e Macarrão, o “passivo”. Pimenta diz também que Eliza sabia do relacionamento entre os dois e participava de orgias com os dois.
A estratégia de um relacionamento amoroso entre Bruno e Macarrão é defendida por Pimenta desde quando assumiu o caso, no fim do ano passado.
A reportagem do R7 MG tentou entrar em contato com o advogado Leonardo Diniz, responsável pela defesa de Macarrão, mas o defensor estaria em audiência.
A Secretaria de Estado de Defesa Social afirmou que está apurando a informação de que a carta de Bruno teria sido interceptada por um agente penitenciário.
Carta – A revista Veja divulgou, no último sábado (7), uma carta escrita pelo ex-goleiro Bruno Fernandes, em que ele supostamente pede para o amigo Macarrão assumir a culpa pelo desaparecimento e morte de Eliza Samudio. No documento ele cita a existência de um “plano B”, mas não dá detalhes sobre o significado da expressão.
De acordo com o advogado de defesa de Bruno, Rui Pimenta, o pedido é “juridicamente impossível”, já que mesmo que Macarrão assumisse o crime, o ex-goleiro teria de ir a júri.
— O teor da carta, para mim, não é muito significativo, me parece mais tratar de um relacionamento homossexual entre eles, conteúdo sentimental mesmo. A revista parece ter interpretado de forma equivocada, para fazer tumulto com a imagem do Bruno.
O ex-goleiro escreveu: “Eu, sinceramente, não pediria isso pra você, mas hoje não temos que pensar em nós somente! Temos uma grande responsabilidade que são nossas crianças, então, meu irmão, peço que pense nisso e do fundo do meu coração me perdoe, eu sempre fui e sempre serei homem com você”. Bruno ainda pede perdão várias vezes ao amigo.
A versão original da carta está atualmente com a Secretaria de Defesa Social (SEDS) do Estado. A revista teria tido acesso a uma cópia do texto por meio de um agente penitenciário que não foi identificado.
Pimenta ressalta que, embora a publicação tenha afirmado que o texto é verdadeiro “não é informado qual perito analisou a carta para comprovar a autenticidade dela”.
— A estratégia do “plano B” parece mais se tratar do término da relação, uma questão interna deles. Não há elementos ali que apontem para o caso do desaparecimento da Eliza.
Dois anos na cela – Bruno Fernandes completou dois anos de prisão no último sábado (7). A Justiça de Contagem concedeu a liberdade condicional ao goleiro em relação ao processo que foi condenado, no Rio de Janeiro, por agressão e cárcere privado de Eliza. Mesmo assim, ele continua detido devido ao mandado de prisão referente ao assassinato da jovem.
R7